quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

uma música!

acordei...
e por entre soluços e lágrimas, deito por terra um sonho...
sonhei com uma música...
"ohh amor olha a nossa música"
por entre brincadeiras e escárnios e mal dizeres, um dia dissemos isto!
mas não sobre nós!
o nós nunca existiu...
mas eu sonhei com uma música... que podia ser a música do nosso nós!


quero deixar de sonhar com essa música... porque com o nosso nós, eu já deixei de sonhar!

2 comentários:

João Pedro disse...

Eu não sei quem te perdeu

Quando veio,
Mostrou-me as mãos vazias,
As mãos como os meus dias,
Tão leves e banais.
E pediu-me
Que lhe levasse o medo,
Eu disse-lhe um segredo:
"Não partas nunca mais".

E dançou,
Rodou no chão molhado,
Num beijo apertado
De barco contra o cais.

E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.

Abraçou-me
Como se abraça o tempo,
A vida num momento
Em gestos nunca iguais.
E parou,
Cantou contra o meu peito,
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais.

E partiu,
Sem me dizer o nome,
Levando-me o perfume
De tantas noites mais.

E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.

Pedro Abrunhosa

Filho disse...

Há muito que não vinha ler o teu blog. E agora que o faço, bem, reparo que perdi o fio à uma meada que nunca conheci realmente.

No entanto, há algo que não percebo. Às tantas não me cabe a mim perceber, mas para quê escrever tanto sobre o "nós" que nunca foi sem ter sido, quando se falou já que esse "nós" terminou mesmo sem ter começado?

Sei que não conheço nada da história e também sei que cada um assume, vive e enfrenta as coisas consoante a sua vontade, mas creio que és mais do que isso.

És mais do que um ser que apenas e só anda à volta desse remoinho que te circundou. Deves ter forças para mais, presumo eu.

Porquê? Porque todos vivemos momentos que foram marcantes sem nunca terem acontecido e todos vivemos coisas que nunca aconteceram, mas que mesmo assim parecem sempre mais reais do que a realidade.

Levanta a cabeça e não penses em "nós", tenham eles acontecido ou não. Pensa em ti e vive para ti.

Precisas de amar e ser amada, é isso? Quem não precisa? Todo o mundo precisa. Mas há que esperar e viver a vida. Se estiver escrito, se estiver no teu caminho, assim será e terás tudo o que sempre sonhaste - um "nós" ou várias possibilidades de um "nós".

Mas desta vez reais e verdadeiros.

Desculpa este testamento, mas achei que devia arriscar esta opinião. Certa ou errada, não será nunca mais do que isso, uma opinião.

Fica bem, rapariga. Força nisso e gostava de vir a saber que estás bem e de me aperceber que vais ficar ainda melhor.

*